sábado, 28 de agosto de 2010

A ovelha negra - ou de qualquer cor - da sociedade.

Sociedade. Segundo um dicionário aqui, tem as seguintes definições:
'União de pessoas ligadas por ideias ou por algum interesse comum' e ' Reunião de pessoas que se juntam para conversar ou conviver; reunião.'
De certa forma mas até um pouco dificil seriam significados bem empregados, mas esta questão de convivência, sei não.
Hoje acordei um pouco desajeitada, com uma dor esquisita, e com dilema igual a de muitas pessoas: Confiar e gostar do que ve de você próprio, em suma se autoconhecer; ou deixar ser corrompido por completo, ou em maior parte, pela sociedade.
Tá, não somos mais bobinhos de acreditar que temos uma forma só e ponto. Que é a lá "sou 100% original" etc a mais. Isso não existe. Na verdade sim, somos unicos na questão que, em meio de milhões, é dificil encontrar alguem que seje LITERALMENTE igual em físico e psicologicamente. Mas já não nascemos sabendo tudo o que seremos, o que gostamos. Muitos estilos, vontades e opiniões adquirimos com o tempo, com o que encaixamos. E faz parte da condição humana. Aí tá que entra a sociedade.
Há aqueles que se encaixam bem naquele perfil, naquele lugar. E há aqueles, que como eu são as 'ovelhinhas negras' do meio de uma comunidade.
Não só negra, qualquer cor alias! Simplesmente muitas pessoas são consideradas esquisitinhas, são tachadas com rótulos e dificilmente são retirados depois. O pior são até os rótulos generalizados, que por a pessoa ter uma certa característica, o resto dela de suas opiniões são consideradas da mesma forma que a que foi banida, digamos.
Não que eu me sinto A diferença do mundo, mas dependendo por onde ando, faço parte da tal esquisitise. Por ter morado em uma cidade do interior, testemunhei que para se encaixar no meio, teria que ser um pouco arrogante, paga de imagem escalafobética, e achar um absurdo de tudo que fosse diferente disso (não criticando essas pessoas, porque todo mundo tem isso um pouco, mas muitos lá passavam do exagero). Acho ruim isso, porque já vi muitos que eram pessoas espetaculares mas por medo de exclusão, de ser considerado E.T., deixou levar pelo o que, digamos, a maioria diz. Porque eles falam que isso é o correto.
E quem disse que essa maioria tá correta? Puta que pariu! Com o tamanho de diversidades nesse mundo, de culturas, de gente, cor e raça, um pequeno povinho vai se considerar 'o correto'? Cansa.
Não to me julgando a certa, só quero expressar a seguinte questão: sempre seremos modificados, sempre mudaremos de opinião por conta da sociedade, mas não há algo mais importante do que ter ainda a sua própria essência dentro de você. Sabe, aquele EU que você olha no espelho e reconhece, feliz?
Eu, há dois anos ou mais, não reconhecia minha pessoa. Domada por medos, receios, muitas opiniões alheiras em minha cabeça. Uma hora isso explodiu, e agora vou me reconhecendo mais pouco ao pouco. Não dexei de ouvir opiniões, mas sim as filtro, e fico com o que acho de melhor nelas.
Isso me lembro do Movimento Antropofágico ocorrido na primeira geração do Modernismo em Brasil: Digerir apenas o que serve, no caso deles, pegar um pouco das questões estéticas europeia e filtrar aquilo que servisse ao Brasil, sem deixa-lo de ter sua própria cara e forma.

Que sejamos olvelhas negras, amarelas, brancas, azuis e todas as cores. Que convivemos entre no meio de todas as outras ovelhas, pegamos um pouquinho da cor de cada, mas prevalecendo aquela cor que somos.
Quem sabe isso ameniza um pouco os problemas do mundo? Porque o que falta não é o amor, porque antes dele vem um pouco de respeito - discutiremos este em outra parada!-
Agora vou-me la noche caliente de sábado me espera!

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