terça-feira, 22 de maio de 2012

Re.


(m.a)

Quando se trata de recomeçar, tudo vira um desafio.

Acham que é fácil tomar um novo rumo da vida, com novos conceitos, novas pessoas ao redor... mas não é; ainda mais quando sai de uma zona de conforto que durou anos.
Não é fácil e, além do mais, às vezes dói. Dói aceitar que aquilo não é mais pra você, algo que antes você não conseguia visualizar fora da sua vida, mas hoje não faz mais sentido e então você precisa seguir em frente.
É como (brutalmente) abandonar uma droga. Te fez bem por um tempo, te deu um certo prazer, mas chegou o momento em que começa a dificultar sua vida, e ao notar que você pode não conseguir mais sair disso, toma a decisão brusca em abandonar aquilo e recomeçar. Do começo, que fique claro. Aí no começo você às vezes se debate, sente falta, uma ‘abstinência’ louca, sofre; aos poucos nota que vai melhorando, mas as lembranças do que aquilo te fez sentir vem à tona; mas melhora com o tempo, e quando digo tempo, não é um dia, um mês...pode levar um ano ou mais.
O segredo (quem sou eu pra saber de fórmulas? Humilde pobre-defeituoso humano... mas vamos lá!), diria, está no foco e na aceitação. Concordar, primeiro, que tudo em que um dia começou termina, seja em poucos meses ou em anos, seja por um fim de uma vida ou por não fazer parte mais daquele cotidiano; termina. Saber também que o mundo não é tranquilo, que as coisas novas não reaparecem assim em um estralar de dedos: às vezes pra recomeçar temos que ter paciência (muita), e óbvio, não ficar sentado.
Ainda não imagino o que acontece quando concluí o recomeço e se encaixa novamente em um lugar, em uma história; sabe-se apenas que se um dia não fizer mais parte disso, que pelo menos permaneça uma coisa: o respeito, um olhar para aquele fim de que ‘pelo menos me serviu algo de bom’, seja para valorizar a vida, seja para saber que há coisas boas (ou más) no mundo. Mas de tudo se aprende algo, e se errar, o recomeço está aí, com mais um oportunidade de acertar (ou errar novamente, até acertar).

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